A origem do Rito Francês
Rito Francês ou Rito Moderno é um Rito utilizado por Maçons, com grande difusão e prática no continente europeu.
O nome deve-se à adoção do Ritual da “primeira” Grande Loja de Londres, dita dos Modernos (conhecem-se os rituais desta primeira Grande Loja, através duma obra publicada em 1730 com o nome de “Masonry Dissected” e que provocou enorme escândalo e alarido na epoca ao revelar publicamente estes rituais) e que foi traduzido para utilização das primeiras Lojas Simbólicas em França.
Assim o Rito dos “modernos” é traduzido para francês e passa a denominar-se, por facilidade e abreviação de Rito Francês ou Rito Moderno (neste ultimo caso nos países anglo-saxónicos e na américa latina), em vez de Rito Francês ou Moderno, como é a sua designação correcta, principalmente a partir de 1801, quando o Grande Oriente de França publicou o “Régulateur du Maçon” para utilização nas Lojas Simbólicas.
Se citamos uma “primeira” Grande Loja, é porque na Maçonaria Inglêsa assistiu-se em 1751 ao aparecimento de uma “segunda” Grande Loja. Esta Grande Loja, dita dos “Antigos Maçons” apresenta-se como congregando os Maçons fiéis aos “antigos costumes”, entre outras coisas critica a “primeira” Grande Loja, dita dos “Modernos”, por introduzir inovações e modificações aos Rituais nomeadamente para despistar os profanos que eventualmente tenham lido o livro “Masonry Dissected”.
Estas rivalidades e as suas querelas ou controvérsias bem como os anátemas entre estas duas Grandes Lojas, fazem parte da história da Maçonaria Inglêsa até 1813, data a partir da qual se fundem, não na sua totalidade, sob a pressão do poder político para criarem a actual Grande Loja Unida de Inglaterra.
Durante os cerca de cinquenta anos (entre 1735 e 1785) em que a Maçonaria se expandiu em França, fundaram-se e desenvolveram-se inúmeras Lojas e Capitulos. Estes ultimos constituíam indiscriminadamente Altos Graus.
O conjunto da Alta Maçonaria Filosófica deste rito, compreende cinco Ordens de Sabedoria:
1ª Ordem: Eleito ou Eleito Secreto;
2ª Ordem: Grande Eleito ou Grande Eleito Escocês;
3ª Ordem: Cavaleiro Maçon ou Cavaleiro do Oriente;
4ª Ordem: Soberano Príncipe Rosa-Cruz, Cavaleiro da Águia e do Pelicano ou Perfeito Maçon Livre;
5ª Ordem: Ilustre e Perfeito Mestre
As equivalências entre o Rito Francês e o Rito Escocês Antigo e Aceite:
* 1ª Ordem: 9º ou mais (Mestre Eleito dos Nove);
* 2ª Ordem: 14º e mais (Grande Escocês da Abóbada Sagrada);
* 3ª Ordem: 18º e mais (Cavaleiro Rosa-Cruz);
* 4ª Ordem: 30º e mais (Cavaleiro Kaddosch);
* 5ª Ordem: 33º (Grande Inspector Geral);
Em 1802,Hipólito Costa trouxe de Londres e de Paris a Carta Patente necessária para o funcionamento do Grande Oriente Lusitano, sendo dois anos mais tarde assinado um Tratado de Amizade com o Grande Oriente de França. O mesmo é assinado, por parte do GOL, pelo Maçon de nome simbólico Egas Moniz, Cavaleiro Rosa-Cruz, o que pressupõe que as Ordens de Sabedoria do Rito Francês já existiam anteriormente em Portugal, no seio do GOL embora não existam documentos que abonem nesse sentido.
A constituição do Grande Oriente Lusitano de 1806, refere-se explicitamente, nos seus Capítulos IIIº e XIIIº, às diferentes Ordens e Capítulos do Rito Francês o que pressupõe a existência dum “Soberano Grande Capítulo de Cavaleiros Rosa-Cruz”, assim como de vários Capítulos em território português e nas então colónias.
A partir de 2001, um grupo de Maçons do Grande Oriente Lusitano, pertencentes às Lojas “Delta” e “25 de Abril”, foram Elevados em França, gradual e sucessivamente, nas diferentes Ordens de Sabedoria do Rito Francês ou Moderno, com o apoio do Grande Capítulo Geral do Grande Oriente de França e sob os auspícios do Grande Oriente Latino Americano, vindo a constituir o “Grande Capítulo Geral do Rito Francês de Portugal”, assim como vários Soberanos Capítulos.